segunda-feira, 4 de março de 2013

O Valor Simbólico da Recreação para Crianças Surdas no Ensino Fundamental Regular

O Valor Simbólico da Recreação para Crianças Surdas no Ensino Fundamental Regular

Autor: Maria Mirtes de Sousa Silva e José Francisco de Sousa
Data: 22/04/2010
Resumo: Este trabalho tem como objetivo verificar como acontece a interação das crianças surdas com as crianças ouvintes e entre si durante o recreio, observando como estabelecem os diferentes tipos de comunicação na brincadeira, entendendo porque muitas crianças ficam isoladas, preferindo não interagir com os colegas. Assim esse trabalho pretende colaborar com os profissionais de educação para que tenham uma visão diferente da inclusão na escola, pois incluir não é apenas inserir alunos com necessidades especiais, mas é preciso verificar como é feito esse atendimento observando se realmente existe interação desses alunos com o meio, e se essa inclusão contribuirá para uma educação eficaz para os alunos com necessidades especiais auditivas.
1- INTRODUÇÃOO presente trabalho teve como objetivo conhecer mais sobre a comunidade surda inserida no ensino regular, verificando como acontece a interação social dos alunos com necessidades especiais auditivas. Observando as diferentes formas de comunicação utilizadas pelas crianças surdas e ouvintes durante o recreio das escolas Classe e Parque.
Assim esse trabalho teve início com uma investigação realizada durante o recreio dos alunos surdos e ouvintes, em duas escolas da rede pública do Distrito Federal, sendo a Escola Classe que atende alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e uma Escola Parque que foi um projeto realizado por Anísio Teixeira um importante educador brasileiro, com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos alunos na qual os professores procuram trabalhar de forma interdisciplinar.
Este estudo partiu do princípio que muitas escolas estão incluindo os alunos com necessidades especiais, mas é preciso que as instituições de ensino verifiquem como essas crianças estão sendo acolhidas, e principalmente aguçar a visão em relação ao lado social deles. Sendo necessário que a escola incentive e promova a interação dos alunos com o propósito de garantir uma aprendizagem de qualidade e que as crianças com necessidades especiais auditivas possam participar da sociedade ativamente.
O trabalho verificou como as relações interpessoais acontecem no espaço recreativo, entre as crianças ouvintes e surdas e também a relação entre as surdas, pois é nesse contexto que as crianças interagem espontaneamente por meio de brincadeiras utilizando diferentes formas de comunicação.
Ao conhecer como interagem as crianças surdas, fica mais fácil dialogar com elas respeitando suas necessidades especiais. E aos profissionais da educação cabe investir numa formação continuada, buscando uma capacitação adequada para trabalhar com todas as crianças. Cabendo à escola proporcionar um ambiente que favoreça um aprendizado significativo, sem excluir nenhuma criança tendo ou não necessidades especiais.
Assim esta investigação partiu da vontade de conhecer esse mundo tão diversificado que é a inclusão dos surdos, procurando analisar como a sociedade e a escola em particular, se preparam para auxiliar os alunos com suas especificidades. O primeiro passo da escola é procurar respeitar a diversidade, dando a chance de todas as crianças aprenderem e progredirem em seus estudos de acordo com suas limitações.
2- O DESAFIO DA INCLUSÃO DOS SURDOS NO ENSINO REGULAR NO DISTRITO FEDERAL.
O desafio da inclusão dentro das escolas regulares vem colaborar para que os alunos com necessidades especiais possam ser valorizados e seu desenvolvimento seja integral. Nesse sentido, cabe as instituições educacionais oferecer um ensino de qualidade para que a aprendizagem desses alunos seja significativa e sem obstáculos.
Atualmente a intenção das escolas é incluir todos os alunos, independente de ter ou não algum tipo de necessidade especial. Segundo o documento Declaração de Salamanca (1994), as crianças que são excluídas da escola por motivos como trabalho infantil, abuso sexual ou que são portadoras de deficiências graves devem ser atendidas no mesmo ambiente que todas as demais. Reforça ainda que as instituições de ensino deveriam levar em conta as diferenças individuais dos alunos garantindo assim, uma educação de qualidade independente do aluno ter ou não necessidades especiais.

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