quarta-feira, 10 de abril de 2013

Atividade de cores para criança com autismo

Atividade de cores para Crianças com autismo

AMA Associação de Amigos do Autista

AMA Associação de Amigos do Autista

Autismo

Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
* Inabilidade para interagir socialmente;
* Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
* Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.
Os estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.
Sintomas
O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:
1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.
Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico. Leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).
Tratamento
Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.
Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.
Recomendações
* Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;
* É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
* Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
* Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;
* Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Acompanhamento Familiar no Desenvolvimento Educacional da Criança

O Acompanhamento Familiar no Desenvolvimento Educacional da Criança

Autor: Ediana Costa Pereira e Marilene Santos da Silva
Data: 29/11/2011
Resumo:
Este artigo tem como objetivo analisar o acompanhamento familiar no desenvolvimento educacional da criança. Consiste em uma pesquisa bibliográfica e de campo no enfoque fenomenológico com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada realizada com uma professora do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal do município de Davinópolis- MA. A pesquisa revelou que um dos grandes desafios enfrentados pelo professor na sala de aula é a falta de acompanhamento familiar.
1 INTRODUÇÃO
A família é a base de formação e construção do ser na sociedade, sendo o ponto de referência da criança, que antes mesmo de nascer, seus pais já possuem um pré-planejamento para designar como essa criança vai aprender, descobrir e apropriar-se dos conhecimentos da maneira mais sensata possível para construir sua identidade, integrando-se na sociedade como ser crítico e participativo em busca da melhoria do meio social em que vive, dessa forma a família como precursora e incentivadora da construção da autonomia desse ser, deve sempre possuir tempo para participar e interagir com as instituições que auxiliam nessa formação.
Família e escola devem manter parceria, pois, é através delas que a criança consegue desenvolver-se satisfatoriamente, expressando seus sentimentos, satisfazendo suas necessidades, interesses e desejos, reconstruindo um novo mundo. Portanto, é de primordial importância, que a família e a escola estabeleçam momentos de interação e discussão sobre a educação da criança ficando a cargo de cada um assumir suas responsabilidades e trabalhando em conjunto para que se obtenha bons resultados.
Assim, o presente artigo procura demonstrar a importância do acompanhamento familiar para o desenvolvimento educacional da criança, considerando alguns aspectos como a educação familiar, o acompanhamento da família nas atividades escolares e a participação dos pais nas reuniões, que contribuem para a aprendizagem escolar da criança.
Em virtude disso, este ensaio pauta-se em uma pesquisa bibliográfica e de campo, baseadas nas teorizações de Tiba (1998), Piletti (1995), Leite (1972) dentre outros, utilizando o enfoque fenomenológico e abordagem qualitativa para analisar como o acompanhamento familiar auxilia no desenvolvimento educacional da criança.
2 A FAMÍLIA COMO BERÇO DA CONSTRUÇÃO INICIAL DO IDENTIDADE DO SER HUMANO
A família é o ponto de referência na construção do ser. Dessa forma vale analisar e refletir sobre a formação familiar atualmente, o conceito, visão e seu papel.
A constituição brasileira de 1988 explicita que a família é à base da sociedade (art.226). Como em poucos anos a sociedade mudou muito, com a organização familiar não foi diferente. Os modelos de família hoje se diferem bastante dos antepassados, isso ocorreu devido a modernização e evolução das pessoas perante a humanidade que a cada dia que passa desconstrói valores antigos construindo novos valores (LEITE, 1972).
Analisando a sociedade antiga, de acordo com Leite (1972), percebe-se que, na formação familiar preservava-se a instituição família conservando as propriedades e o título de nobreza, ocasionando assim o casamento forçado para a mulher, formando então uma família onde a mulher deve servir o homem, cuidar da casa e dos filhos, ficando a cargo do marido trabalhar para sustentar a família. Tudo isso acontece por causa da sociedade machista que predominava naquela época na qual, as mulheres deveriam ser submissas ao homem e ocupar-se do trabalho doméstico, dedicando-se ao máximo para manter os laços de afetividade na família e status passando a ideia de que todos viviam bem, felizes e unidos.
Com a chegada dos processos paralelos de industrialização e urbanização, a ampliação da faixa de alfabetização, começa a surgir uma nova ideologia que sustenta a ideia de que o indivíduo vale por aquilo que faz e não pelo o que seus antepassados fizeram. Assim surge um novo ideal de família, baseado na escolha afetiva de jovens, com o objetivo de realização da felicidade individual, dando significado ao sentimento amoroso e construção pessoal (LEITE, 1972). Sendo assim distinguem-se novas constituições familiares, além da tradicional família nuclear composta por pai, mãe e filhos, que é idealizado nas instituições educacionais, no qual cada membro cumpre sua função específica, encontram-se situações familiares variadas: pais separados e filhos vivendo com apenas um deles; novos casamentos e meio-irmãos; crianças que moram com avós ou tios, lar desunido, pais alcoólatras etc. famílias que são consideradas desestruturadas e que apresentam diferentes situações afetivas. Desse modo, percebe-se que não existe um único modelo de família, pois a instituição familiar, como qualquer outra entendida como criação humana, está sujeita a determinações históricas e culturais, e como tal sofre modificações ao longo do tempo podendo constituir-se tanto em meio à solidariedade, afeto e segurança, quanto em um espaço de conflitos e disputa.
Diante disso, a sociedade passa a ter outro olhar sobre a família, onde homem e mulher começam a dividir os mesmos direitos e obrigações, a mulher passa a ser mais valorizada e começa a ganhar valor no meio social, inserindo-se no mundo do trabalho demonstrando suas capacidades. Uma vez que nosso modelo de sociedade, caracterizado por situações de injustiça e desigualdade, também cria famílias que lutam com muita dificuldade pela sobrevivência (PILETTE, 1995). Com todo esse crescimento e desenvolvimento da sociedade, os membros da família ocupam-se de tarefas que tomam grande parte de seus tempos, pois, ambos estão em busca de construir algo melhor que promova o bem estar da família que quer sempre viver em um ambiente confortável e bem estruturado. Em busca desse conforto, alguns devem sofrer um sacrifício e na maioria das vezes os mais atingidos são os filhos, sendo assim, percebe-se que os casais hoje veem diminuindo cada vez mais o número de filhos na família, optando por no máximo dois filhos para que se tenha um lar bem estruturado.

O Valor Simbólico da Recreação para Crianças Surdas no Ensino Fundamental Regular

O Valor Simbólico da Recreação para Crianças Surdas no Ensino Fundamental Regular

Autor: Maria Mirtes de Sousa Silva e José Francisco de Sousa
Data: 22/04/2010
Resumo: Este trabalho tem como objetivo verificar como acontece a interação das crianças surdas com as crianças ouvintes e entre si durante o recreio, observando como estabelecem os diferentes tipos de comunicação na brincadeira, entendendo porque muitas crianças ficam isoladas, preferindo não interagir com os colegas. Assim esse trabalho pretende colaborar com os profissionais de educação para que tenham uma visão diferente da inclusão na escola, pois incluir não é apenas inserir alunos com necessidades especiais, mas é preciso verificar como é feito esse atendimento observando se realmente existe interação desses alunos com o meio, e se essa inclusão contribuirá para uma educação eficaz para os alunos com necessidades especiais auditivas.
1- INTRODUÇÃOO presente trabalho teve como objetivo conhecer mais sobre a comunidade surda inserida no ensino regular, verificando como acontece a interação social dos alunos com necessidades especiais auditivas. Observando as diferentes formas de comunicação utilizadas pelas crianças surdas e ouvintes durante o recreio das escolas Classe e Parque.
Assim esse trabalho teve início com uma investigação realizada durante o recreio dos alunos surdos e ouvintes, em duas escolas da rede pública do Distrito Federal, sendo a Escola Classe que atende alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e uma Escola Parque que foi um projeto realizado por Anísio Teixeira um importante educador brasileiro, com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos alunos na qual os professores procuram trabalhar de forma interdisciplinar.
Este estudo partiu do princípio que muitas escolas estão incluindo os alunos com necessidades especiais, mas é preciso que as instituições de ensino verifiquem como essas crianças estão sendo acolhidas, e principalmente aguçar a visão em relação ao lado social deles. Sendo necessário que a escola incentive e promova a interação dos alunos com o propósito de garantir uma aprendizagem de qualidade e que as crianças com necessidades especiais auditivas possam participar da sociedade ativamente.
O trabalho verificou como as relações interpessoais acontecem no espaço recreativo, entre as crianças ouvintes e surdas e também a relação entre as surdas, pois é nesse contexto que as crianças interagem espontaneamente por meio de brincadeiras utilizando diferentes formas de comunicação.
Ao conhecer como interagem as crianças surdas, fica mais fácil dialogar com elas respeitando suas necessidades especiais. E aos profissionais da educação cabe investir numa formação continuada, buscando uma capacitação adequada para trabalhar com todas as crianças. Cabendo à escola proporcionar um ambiente que favoreça um aprendizado significativo, sem excluir nenhuma criança tendo ou não necessidades especiais.
Assim esta investigação partiu da vontade de conhecer esse mundo tão diversificado que é a inclusão dos surdos, procurando analisar como a sociedade e a escola em particular, se preparam para auxiliar os alunos com suas especificidades. O primeiro passo da escola é procurar respeitar a diversidade, dando a chance de todas as crianças aprenderem e progredirem em seus estudos de acordo com suas limitações.
2- O DESAFIO DA INCLUSÃO DOS SURDOS NO ENSINO REGULAR NO DISTRITO FEDERAL.
O desafio da inclusão dentro das escolas regulares vem colaborar para que os alunos com necessidades especiais possam ser valorizados e seu desenvolvimento seja integral. Nesse sentido, cabe as instituições educacionais oferecer um ensino de qualidade para que a aprendizagem desses alunos seja significativa e sem obstáculos.
Atualmente a intenção das escolas é incluir todos os alunos, independente de ter ou não algum tipo de necessidade especial. Segundo o documento Declaração de Salamanca (1994), as crianças que são excluídas da escola por motivos como trabalho infantil, abuso sexual ou que são portadoras de deficiências graves devem ser atendidas no mesmo ambiente que todas as demais. Reforça ainda que as instituições de ensino deveriam levar em conta as diferenças individuais dos alunos garantindo assim, uma educação de qualidade independente do aluno ter ou não necessidades especiais.

Dislexia: Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola

Dislexia: Como Suspeitar e Identificar Precocemente o Transtorno na Escola

Autor: Telma Pantano
Data: 30/12/2009
Releitura realizada por Lana Bianchi e Vera Lucia Mietto.
A identificação precoce de um possível ou suposto quadro de dislexia no ambiente escolar, sensibiliza os profissionais da educação ao exercício de um novo olhar: "olhar" mais cuidadoso, criterioso, investigativo e com mais participação na vida escolar dessa criança.
O diagnóstico que envolve a exclusão de outras condições e dificuldade por parte da criança, deve voltar-se para uma serie de sinais e sintomas muito peculiares, que podem sugerir a suspeita e levar a busca de profissionais especializados para tal diagnóstico.
Neste contexto, é difícil estabelecer critérios precoces para esta identificação, pois acompanhar o desempenho evolutivo de uma criança é um dos marcadores para inferir inadequações neste desenvolvimento. Sabemos que podem surgir atrasos no desenvolvimento motor e linguístico, inadequações nas fases desse desenvolvimento e superação delas em ambiente familiar estimulador ou não, além de outros fatores que possam implicar direta ou indiretamente no desempenho formal do aprendizado de leitura e escrita.
Estabelecer estratégias e metas novas e eficazes para que crianças desenvolvam o mais correto possível suas habilidades sensoriais e motoras para atingir o contexto formal escolar, sem grandes atribulações é fundamental já que, qualquer aprendizado pedagógico passa pela aprendizagem informal, aprendizado esse que depende do ambiente, da família, da sociedade e das particularidades individuais de cada ser.
Aprender é algo único, e neste aspecto devemos valorizar as pequenas e altas habilidades, pois deste modo, precocemente perceberemos aqueles com mais habilidades para raciocínio, cálculo, e aqueles com habilidades mais linguísticas e assim, facilitamos sua integração no contexto pedagógico formal.
Habilidade para desenvolver a escrita e leitura:
Os processos cognitivos que resultam em aquisição do processo de leitura e escrita formam uma base, como apresentaremos:
1) Conhecimento de (leitura) e (nome) dessas letras:
É importante que esse conhecimento não venha de uma sequência automática de memória do abecedário e sim de conhecimento e reconhecimento de grafemas e o nome que esses grafemas possuem.
2) Consciência Fonológica:
Envolve a habilidade em que a criança aprende a ouvir com o Ouvido Neurológico, associando sons e letras e com essas transposições entre os sinais auditivos corresponder-se a símbolos gráficos, oriundos das unidades articulatórios da fala.
3) Aptidões da Fala e Linguagem:
Direciona a criança para dentro de um processo de aprendizagem formal, e através dele podemos entender que, quando uma criança está na escola, ela já adquiriu a fala (oralidade), já possui uma estrutura linguistica oral, e a partir deste processo adquirido irá construir um novo processo: a escrita, e em conseqüência, a leitura.
Quando esta criança não tem uma boa estrutura de linguagem oral que comporte uma estrutura textual, dificilmente conseguirá fazê-lo dentro de uma estrutura na escrita. Quando apresenta uma oralidade contaminada por substituições e omissões, essas trocas aparecerão no processo de aquisição da escrita, é necessário verificar suas estruturas anteriores (pré-requisitos) para que a possibilidade de transpor para leitura e escrita esteja adequada.